sexta-feira, 30 de agosto de 2013

BASTA! (Para que a Rosa não seja hereditária...)


Na semana passada, eu falava aqui sobre o sagrado que existe nos olhos de uma criança e, durante essa semana, notícias vindas da Síria relatam barbaridades cometidas contra meninos e meninas naquele conturbado país.  São bombas de napalm (aquele demoníaco material incendiário utilizado na Guerra do Vietnã), porém, sinal dos tempos, atiradas sobre uma escola em Aleppo, no norte do país.

Não é preciso nem dizer do horror causado, da dor e do desamparo...  E tudo por quê?  Como sempre, a cobiça, o ódio e a luta pela manutenção do poder.
Quando pensamos que evoluímos, que as nações estão mais próximas de uma fraternidade universal, um ato desses, que aliás não foi o primeiro cometido durante o conflito, atinge o nosso olho, feito um soco covarde no meio da noite.

Já nos anos setenta, o poetinha Vinícius nos conclamava a pensar nas crianças mudas telepáticas.  E a imagem daquela garota vietnamita nua após um bombardeio americano à sua vila foi um ícone que assombrou os pesadelos de muita gente durante anos.

A coisa não é muito diferente no Brasil: em junho passado, um grupo de bandidos, irritados com o choro de um menino boliviano de cinco anos, executaram-no a sangue frio em frente à mãe que, ajoelhada, pedia clemência aos criminosos, dois dos quais foram envenenados em suas celas hoje.

Mas o que fazer?...

Mais do que nunca, praticar a paz.  Não aquela paz altruísta da qual se fala mais do que se vivencia.  Praticar a paz é estar atento e não estar pronto a agredir o outro ao menor sinal de contrariedade.  Praticar a paz é ser tolerante sem ser subserviente, é ser manso sem ser fraco, é fazer reverência sem se humilhar.

A disposição com que essas pessoas egoístas agridem nossas sagradas crianças deve ser a mesma com que nós as ensinamos: a respeitar os outros, a reverenciar os mestres e a amar o planeta.

Mundo sem esperança é mundo sem vida!

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

FALANDO & SÉRIO: NOSSA CAPELINHA DO SÃO JOSÉ


Após ler o bem construído texto de Flavio Ferraz no Facebook, e de ter posteriormente acompanhado atentamente o salutar e democrático debate virtual em função da edificação daquela cobertura metálica ao lado da capelinha do São José, fiquei me perguntando se alguma medida de EQUILÍBRIO, popularmente chamada de MEIO TERMO, não daria um final feliz para a história. 

Por sinal, aqui mesmo no blog já havíamos, no ano passado através de outra foto, tentado chamar sutilmente a atenção para algo que também, aos nossos olhos, já estaria, no mínimo, estranho.

Na oportunidade, abro um pequeno parêntese para comentar certa decepção que tive, quando também, ao fazer uma visita à capelinha de Santo Antônio, ter observado que aquele centenário CORETO não mais existia!  E que, sobre o mesmo espaço, uma cobertura semelhante àquela do São José havia sido construída. Com certeza e da mesma forma, foram muitos os motivos, mas,  lamentavelmente, PERDEMOS AQUELE QUE SERIA O ÚLTIMO CORETO DA CIDADE!

Voltando ao assunto da cobertura metálica ao lado da Capelinha do São José,  e observando a mesma foto, percebe-se nitidamente que a apenas alguns poucos metros da referida cobertura, este anteparo está ocultando METADE da capelinha, e que este “pequeno” e “grande” detalhe está sendo o suficiente pra nos privar de vislumbrar o BELO e o SAGRADO, que ali se encontra, em forma de cartão postal.

Não sei realmente quais as necessidades básicas que o tamanho interno da referida cobertura exigiria, mas tenho absoluta certeza de que uma pequena intervenção lateral de alguns poucos metros seria suficiente para nos trazer de volta tão significativa imagem.

Nessa foto acima, quem sabe os postes da iluminação pública que sobem em direção à capela não estariam traçando uma reta pra nos indicar onde?

Respeitando os argumentos de ambas as partes, fica aí a sugestão.

Foto e crônica: Serjão Missiaggia

                                                      

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CASOS CASAS & detalhes




As ruas de São João não são ruas vazias, não são logradouros.  Há aí, nelas, uma resma de sentimentos guardados em gavetas da alma (ou seria uma chusma?).  Nas vezes em que chove, ou não chove, ou o coração bate, são vozes do passado o que ecoa nas ruas da minha cidade.  Sentado num banco da praça do Coronel, na porta da Matriz ou sendo feliz por um minuto na Rua Sarmento, esse momento, esse átimo (como ensinava a Dona Glorinha) é um tudo de bom, um viver a vida com leveza.  É mesmo uma beleza, é sempre muito bom, caminhar de dia, de noite, pelas ruas (encantadas) de São João!

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


ATENÇÃO PESSOAL!!!

Que lugar é esse ???

ACERTADOR DA SEMANA PASSADA: Maninho Sanábio matou a charada (calçamento do cruzamento entre a Prefeitura Municipal e o Centro Cultural).

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O SAGRADO E O PROFANO... E A VIDA REAL


Tá legal: Deus morreu! – disse o Nietzsche.  Mas, e aí?

No momento em que alguém diz que o Cara, o Todo-poderoso, o Criador do Universo já era e (o que torna o fato relevante) a partir do momento em que muita gente acredita nessa morte, podemos entender que NADA, mas nada mesmo, é sagrado a partir daí...

Lembro-me do meu pai, pessoa extremamente simples, que, provocado por um pretenso teólogo que insistia em tentar convencê-lo de que o Inferno era aqui mesmo na Terra, despedia-se sempre do interlocutor, dizendo:
- Dê um abraço na Dona Capeta, sua esposa, e nos capetinhas do seus filhos!

Pegando uma carona metafísica na lógica do sr. Irenio, podemos perceber que um mundo sem a dimensão do sagrado é absolutamente LEVE, tão leve que se instaura no mundo uma falta TOTAL de gravidade.

Dessa forma, usando a raiz da palavra, é possível afirmar que nada mais é GRAVE.  A filha engravida?  Tudo bem: gravidez não é grave; o vovô e a vovó vão cuidar do netinho.  O filho está usando drogas? Tudo bem: vamos invocar o Artigo 28 (da lei 11.343) e tá limpo!

E assim, entre tapinhas e beijinhos, os atos das pessoas vão deixando de ter CONSEQUÊNCIAS.  É muito comum, nas escolas, as mães se revoltarem nas reuniões de pais e mestres afirmando que “este colégio é muito rígido, pois meu filho (vejam só!), para tirar boas notas, tem que se matar de estudar!”.  Ou seja, as mães reclamam que a escola está obrigando os filhos a estudarem.  Mas elas queriam o quê?  Que se adaptasse um videogame em cada carteira e fosse distribuído, a cada um, um McLanche Feliz com uma Coca de 500 ml?

Se você quer cometer algum tipo de crime, o que, antigamente era PECADO e ILEGAL, basta, atualmente, contratar um menor de 18 anos que fará o serviço e sairá livre, não apenas SEM CULPA como também SEM PENA.

Então, minha gente, se vocês têm saudades do Velho Deus, chamem os seus filhos e netos, vão para a Internet e abram o site da organização Médicos sem Fronteiras.  O sagrado vai estar lá!  No olhar perdido de centenas de milhares de crianças severamente desnutridas pelo mundo afora.

Vão com os seus entes queridos para a fila do SUS de suas cidades e surpreendam-se com o sagrado desamparo dos velhos desesperados e sem perspectiva de vida digna.

Quem sabe um choque de realidade não reative a nossa FÉ ou mesmo a certeza, como dizia o Cazuza, de que “não me convidaram pra esta festa pobre que os homens armaram...”

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

FALANDO & SÉRIO - Sonho de criança


Enquanto fazíamos, na semana passada, aquela postagem sobre NOSSO CALÇAMENTO EM PEDRAS, lembrei-me de um fato interessante que ocorreu na minha infância.

Era uma tarde chuvosa de meio de semana em 1968, quando um BUZINAÇO ensurdecedor, vindo do Largo da Matriz, chamou minha atenção. Neste momento, como sempre acontecia, estava eu e minha turma brincando próximo à ponte, no inicio da subida do morro. Já havia rumores pela cidade e nas mesas de nossas casas de que algo relativo a ASFALTO estaria para acontecer.

Nós, crianças, não pensávamos noutra coisa, que não fosse o asfaltamento de São João. Aos nossos olhos, a cidade estaria crescendo e iria ficar muito bonita e os carros iriam deslizar mansamente sem trepidações. Ou melhor, sem ficar dando “bancadas” (era desta forma que nos referíamos quando passava carros nos buracos).

E assim, com nossas cabecinhas um tanto ingênuas, e transbordando de alegria, saímos gritando em disparada ao encontro daquelas enormes máquinas que começavam a descer a Rua Guarda Mor Furtado: VIVA, VÃO ASFALTAR SÃO JOÃO! VIVA, VÃO ASFALTAR SÃO JOÃO!

Até que, poucos dias depois, para nossa imensa decepção, ficaríamos sabendo que aquelas máquinas gigantescas estavam, na verdade, chegando para dar início às obras da estrada São João - Bicas. Para nós, meninos, foi uma noticia muito triste, pois já havíamos feito planos de ficar acompanhando o asfaltamento de cada rua.

Hoje, quarenta e cinco anos se passaram e, diante dessa lembrança, vejo-me agora numa situação no mínimo inusitada, ou seja, caminharei em sentido CONTRÁRIO àquilo que um dia, no passado, teria sido meu próprio sonho.

Enfim, crescemos...

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

CASOS CASAS & detalhes



Ilustrando a matéria publicada aqui no BLOG, na última quarta-feira, mostramos acima exemplos do nosso belo calçamento em pedras.  Quando trazemos aqui neste espaço exemplos de construções históricas e da arquitetura de São João Nepomuceno, não podemos esquecer que tais edificações não estão isoladas no meio do nada.  Compondo o conjunto, e harmonizando-o, estão essas pedras centenárias que caracterizam a cidade e, ao mesmo tempo, ligam-na ao passado.

Andar por essas pedras é como caminhar com nossos pais, com nossos avós e tudo aquilo que há de mais sagrado em nós.

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin


CASOS CASAS & mistério


ATENÇÃO, PESSOAL!  Onde fica esse belo calçamento em pedras de nossa cidade???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Dona Reneé Cruz, Antônio Araújo Pinto Júnior e Maninho Sanábio deram a resposta correta (morro da Matriz).

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

DEUS: VERSÃO DO AGNÓSTICO


São mesmo tempos loucos estes em que vivemos, dizem.  A corrida desenfreada, o corpo a corpo, violências, enchentes e perversões diversas compõem um quadro caótico no qual, vez ou outra, arrependemo-nos de trazer filhos pra cá.  O que vai ser dessa geração? – é a pergunta que ouço a cada ano que passa.

No entanto, mesmo na noite mais negra, ou no poço mais fundo, ou na dor mais atroz, uma certeza podemos ter: NÃO ESTAMOS SÓS!  E digo isto com uma certeza que não me vem dos livros nem de mestres ou de modismos.  No silêncio supremo, quando não ouvimos nem mesmo os nossos pensamentos, brota a segurança... de um pai e de uma mãe!

Há sempre um pai nas leis que não se pode transgredir, nas forças fundamentais, no brilho implacável do sol e também no que não se deve, no que não presta e no que fere fundo o outro.

Da mesma forma, caminha pelo chão, entre as flores, uma mãe que acalma, acalenta e alivia.   É uma luz refletida, uma força que repousa, um grito que silencia.  Nos braços da mãe que nos protege, adormecemos e, sob a lua, sonhamos.

Moléculas das gotículas da água de um oceano imensurável, elevamo-nos por alguns segundos sobre as ondas e, conscientes, imaginamos ter controle sobre as águas e, quando nos esborrachamos na areia, julgamo-nos vítimas isoladas de uma deidade impiedosa.

Despertos da ilusão de grandeza, ainda que muitas vezes depois do tombo, possamos todos refletir sobre o que causa a felicidade e o que causa verdadeiramente a dor, e tenhamos a lucidez para ESCOLHER a felicidade e nos livrar das armadilhas do sofrimento que passa, muitas vezes, pelo egoísmo.

E assim, assistidos pelo nosso pai e pela nossa mãe, reais, ideais ou primordiais, creio ser possível aprender a não escolher o caminho do sofrimento, que é o primeiro passo – de muitos – na busca da felicidade.  Como se vê, esta só pode ser atingida na senda da simplicidade, no âmago familiar e na companhia daquelas outras moléculas daquelas gotículas que, a exemplo de nós, “se acham”...

Crônica: Jorge Marin

Foto: Gary Thesilver-fox, disponível em http://www.deviantart.com/art/True-Happness-is-Shared-107650885

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

FALANDO & SÉRIO! - Nosso calçamento em pedras


Observando o ótimo trabalho de recuperação do calçamento que está sendo realizado pela Prefeitura Municipal em algumas ruas centrais da cidade, gostaria de chamar a atenção para o nosso CENTENÁRIO E ARTESANAL CALÇAMENTO EM PEDRAS.  Por sinal, venho acompanhando ultimamente noticiários pelo mundo, dando conta da preocupação e do valor que varias cidades, entre elas algumas europeias, para com seus CALÇAMENTOS EM PEDRAS. E isso vem acontecendo, não somente na PRESERVAÇÃO, como também, na RECUPERAÇÃO de outros mais. Lamentavelmente devido ao “progresso”, verdadeiras preciosidades, estão sendo ocultadas debaixo de outras modalidades de pavimentação.

Seria fantástico se também preservássemos esse nosso PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL, pois, afinal de contas, ao longo de décadas, foram pedras fixadas ao chão uma a uma por verdadeiros artistas, não sem antes de tê-las recebidas, cuidadosamente talhadas, por outros não menos artesãos. Na oportunidade, chamo a atenção para os detalhes desse tão despercebido MOSAICO em forma de bandeira no calçamento frente à prefeitura e de outras esquinas da cidade. Se restaurados, ficariam IMPONENTES e ainda mais BELOS!

Acreditamos que com este tipo pavimentação, a manutenção de nossa rede pluvial e de esgotos ficariam bem mais fácil e possivelmente a custos menores, haja vista que, constantemente, inúmeros buracos são feitos em nossas ruas para se realizar tais trabalhos. Por outro lado também, nosso solo continuaria respirando um pouco melhor e a impermeabilização não seria tão violenta, principalmente quanto ao escoamento das águas e à oxigenação das poucas árvores que ainda temos.  As inundações urbanas estão aí e não nos deixam mentir.

Outra grande vantagem dos pavimentos de bloquetes ou pedras é que, depois de algum tempo, aparecem fungos e gramíneas inseridas entre as juntas, ou seja, nas partes que normalmente são preenchidas com areia. Estas colônias de vegetais que aí proliferam podem ser imperceptíveis para muitos, mas, ao contrario do que parecem, desempenham funções importantes para o meio ambiente.

Nossos CALÇAMENTOS EM PEDRAS resistem aos séculos! São testemunhos de uma prática eficiente de se urbanizar as cidades e garantir o bem estar dos moradores. Todos os calçamentos dos tipos paralelepípedos, pé de moleque, bloquetes são considerados pavimentos ECOLOGICAMENTE CORRETOS. O calor se comparado, por exemplo, a uma cobertura asfáltica, será SEMPRE substancialmente menor e sua manutenção, com certeza, bem menos onerosa.

Quem sabe, em vez de pensarmos pra futuro em uma mini-usina de asfalto, não se construísse uma indústria de bloquetes? Além de gerar diversos empregos, NÃO POLUIRIA o ambiente. Seria interessante voltarmos a investir na capacitação de profissionais em calçamentos, os famosos calceteiros, pois além de gerar empregos, essa tecnologia artesanal tão importante, não morreria e poderia ser passada de geração em geração.

Como todos sabemos, nossa cidade, mais cedo ou tarde, terá que passar por um processo de reformulação radical em sua rede de esgoto e águas pluviais, que consequentemente irá abrir valas em todas as suas ruas. Por que não aproveitarmos este momento para, em seguida, recuperarmos nosso tão sofrido e afundado calçamento?  Quem sabe, num audacioso trabalho de restauração, poderíamos - a médio e longo prazo - ir elevando e recalçando cada rua da cidade?  Principalmente aquelas mais centrais, por sinal as mais antigas.  Reconheço que, para isso, muita areia seria necessária, mas quem sabe, algumas parcerias não viabilizariam esta ideia?

Que venha o progresso, mas não aquele que nos leva os CORETOS, NOSSAS PRAÇAS, SACRIFIQUE NOSSAS ARVORES, QUE NOS ARRANCA A TRANQUILIDADE TÍPICA DO INTERIOR E QUE NÃO SOTERRE, PARA A ETERNIDADE, NOSSO CENTENÁRIO E ARTESANAL CALÇAMENTO!

Para finalizar, vocês poderiam me perguntar então: e como ficariam os BURACOS e aquela nossa PINTA DE CIDADE GRANDE? Diria que um bom trabalho de restauração voltada para nossos calçamentos resolveria o problema e que, na realidade, muitas dessas pessoas, principalmente aquelas moradoras dos grandes centros urbanos, estão hoje correndo freneticamente atrás daquilo que os levaria o mais próximo possível ao convívio NATURAL.

Muitas outras cidades JÁ descobriram isso e não podemos continuar alheios a esta possibilidade. Temos também, um rico potencial turístico urbano em nossas mãos (E PÉS também) bastando apenas REDESCOBRI-LO E PRESERVA-LO.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

CASOS CASAS & detalhes



 Essa é a Rua Capitão Ferreira Campos... A RUA DO DESCOBERTO!

Uma das "rotas de fuga" do Ginásio do Sôbi (a outra era a Rua do Buraco), a Rua do Descoberto sempre foi uma de nossas ruas preferidas.  Talvez por sua proximidade com a inesquecível Rua dos Estudantes, que hoje leva, merecidamente, o nome do Professor Biel.

Outra explicação é que adorávamos, quando estudantes, descer até a Rua do Descoberto para comprar balas e cigarros.

Mas nada se compara à aventura, vivida por alguns de nós, de subir heroicamente aquela via pública e ir, A PÉ, até a cidade de Descoberto.  Muitos devem ter ido de bicicleta, mas estes não vivenciaram a dor e a delícia de enfrentar aqueles dez quilômetros com um cantil nas costas, um pão com mortadela, e um turbilhão de hormônios em fúria.  Inesquecível...

Fotos: Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


ATENÇÃO, PESSOAL!!!  QUE LUGAR É ESSE???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Nilson Magno Baptista e Finéias Rodrigues deram a resposta correta (casa onde residiu o casal Dona Julita e Dr. Sebastião Carlos Leite no Largo da Matriz).

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

UM PERFEITO (VÔ) CAVALHEIRO - IV (final)


Hoje vamos contar o ÚLTIMO episódio da história do nosso querido Vô  Cavalheiro.  É certo que muitas outras façanhas do velho existem, mas esta em particular nos encantava pois fala da CORAGEM, e de uma forma absolutamente oposta a tudo aquilo a que estamos acostumados nos relatos e romances.  A vó Pina nos contou o presente episódio, posteriormente confirmado por uma testemunha do ocorrido...

Certo dia, o Vô voltava a cavalo para o curtume, que ele e o tio Valentim haviam comprado após a desastrada venda da fazenda. Este curtume ficava onde é hoje a terra dos herdeiros do Hildebrando.  Era um sábado e no meio da estrada havia uma vendinha onde os colonos faziam suas compras e aproveitavam para tomar cachaça. Geralmente, ficavam todos bêbados.

Ao aproximar-se da vendinha, o vô observou uma movimentação estranha. Aproximando-se, viu uma roda de pessoas circundando dois valentões conhecidos, ambos bêbados e com facões nas mãos. Ninguém tinha coragem de meter-se na briga e certamente alguém sairia morto ou muito ferido.

Para surpresa de todos, vô desceu do cavalo e foi em direção aos brigões. O silêncio foi total, todos temendo o pior. Nosso avô, calmamente, ficou entre os dois, abriu os braços, com as mãos espalmadas para cima. Por longos minutos ninguém se mexeu: apenas silêncio e surpresa...  Inesperadamente, os dois caminharam em direção ao nosso avô e entregaram-lhe os facões.  Foi um alívio geral e uma salva de palmas ecoou!

Segundo o informante, que testemunhou o fato, o nosso avô até conseguiu que os caras fizessem as pazes.  Embora faça parte daqueles causos de família que vão sendo oralmente transmitidos através dos tempos, não temos motivo algum para duvidar da presente história, pois, além de corajoso e pacífico, o velho possuía uma autoridade natural, sem qualquer autoritarismo. Aliás, pudemos constatar isto no convívio que ele tinha com os colonos ou qualquer pessoa. Na verdade, era uma pessoa altamente respeitada, e até mesmo idolatrada, um líder nato, apesar da voz mansa.

Nosso avô tinha um espírito ZEN. Teria sido um grande budista.  E outra coisa que impressiona é que, sem ter sequer o primário completo, lia e escrevia bem. O jornal era sempre lido de ponta a ponta. Conversava sobre qualquer assunto, inclusive política.  Tivesse estudado um curso superior, é certo que teríamos um excepcional profissional, talvez um engenheiro, ou um cientista.

O fato da rua em frente à nossa casa ter recebido o nome de Cavalheiro Verardo é mais do que um orgulho pra todos nós (a tia Dalva que o diga): é também o reconhecimento do valor de um cidadão que não precisou se esforçar, nem se vender, nem fingir nada.  A simples existência, o reto viver e a ação útil elevaram-no à condição de herói e exemplo de vida.

Pesquisa: Serjão, com a colaboração de Antônio Dárcio e Kiko Missiaggia
Foto:  Erce Tumerk, disponível em http://www.deviantart.com/art/Old-Farmer-II-102272697

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

VIDA BOA


De manhã, no corre-corre do dia a dia, passo pelo quarto do meu filho e o vejo dormindo tranquilamente.  Vem à mente a música do Renato Russo: “gosto de ver você dormir, que nem criança com a boca aberta...”

Mas, ali, naquele momento é mesmo uma criança com a boca aberta.  E nada é mais belo, mais calmo e mais bonito do que uma criança dormindo, no esplendor de sua inocência.  Meu Deus, pergunto, mas qual é o segredo de tamanha paz?

Sento-me na outra cama e fico admirando...  Daqui a pouco, a criança vai acordar e sair correndo pela casa, e falar, e cantar, e bagunçar tudo pela frente.  Quem é pai ou mãe, e presta atenção, percebe que não há maior explosão de felicidade num despertar de criança.

Sem querer tirar qualquer lição de moral da cena (sou apenas um pai admirando o filho dormir), posso intuir algumas coisas: primeiramente, nessa cena não há espaço para emoções conflitivas, como raiva, ciúme, ou mesmo a simples dúvida.

Enquanto nos mordemos de ansiedade, tentando definir qual é a melhor estratégia para conduzir nossas vidas no caminho da felicidade, ou qual é a forma mais eficaz para apagar da memória os sofrimentos do passado, a criança, simplesmente (mente simples?), É feliz!

Penso: será que há um meio de conseguir retornar a essa primitiva inocência e dormir com tanta placidez?  Aí, dou risada, pois me percebo premeditando a naturalidade.

Meu filho acorda: “Bom dia, pai!  Dormiu bem?”.  Digo que sim e, por um momento, tenho plena certeza de que a vida é boa, muito boa...

Crônica: Jorge Marin
Foto: Coffee-Monster, disponível em http://www.deviantart.com/art/sleeping-35977159

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CASOS CASAS & detalhes



Temos mostrado nessa seção do BLOG as características, as curiosidades e os causos das ruas de São João.  Sabemos que algumas delas recebem nomes de vultos da história do município, outras da história nacional e alguns foram impostos por decreto, como é o caso da Rua Getúlio Vargas e da Governador Valadares, nomes de ruas em todas as cidades de Minas desde época do Estado Novo.

Mas o que pouca gente sabe é que o nome dado à Rua Joaquim Murtinho é uma homenagem sugerida pelo Instituto Histórico de Mato Grosso a um ex-Ministro da Fazenda do presidente Campos Salles (de 1898 a 1902).  As finanças brasileiras na época estavam numa “draga” de fazer dó, em virtude da administração desastrada do ministro anterior, o “águia” Rui Barbosa.  Joaquim Murtinho adotou um política avançada para a época, diminuindo a emissão desenfreada de dinheiro e reduzindo a intervenção estatal nos mercados, como o do café.  O resultado de sua política monetarista foi uma queda na inflação, a retomada do pagamento da dívida externa e o restabelecimento do crédito internacional ao país.

Por isso, quando do centenário do eminente economista (e também médico homeopata), em 1948, o nosso então prefeito, Capitão Ferreira Campos, determinou que aquela simpática rua, que liga a antiga avenida (hoje rua) Zeca Henriques á Rua Nova, recebesse o nome de Joaquim Murtinho, mato-grossense, médico e, de certa forma, salvador da Pátria.

Fotos: Serjão Missiaggia

Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE AÍ EM CIMA, MINHA GENTE??? 

NA SEMANA PASSADA, Fineias Rodrigues, José Carlos Barroso e Maninho Sanábio acertaram o enigma: sede do Novo Clube Trombeteiros de Momo, esse menino de 90 anos que tanta alegria já nos trouxe (e traz).

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

UM PERFEITO (VÔ) CAVALHEIRO - III


A segunda história do vô...

Determinada noite, vimos de nossa varanda um grande vermelhão, bem distante. Era início da tarde.  Nosso avô logo detectou: “está havendo um grande incêndio em alguma fazenda próxima a Goianá”. Era época de grande seca e os incêndios pipocavam. 

Com a chegada da noite, o vermelhão só fazia aumentar. Um incêndio gigantesco estava acontecendo e fora de controle!  Eram 4 horas da manhã quando fomos surpreendidos por alguém gritando o nome de nosso avô. Era o proprietário da fazenda incendiada, pedindo socorro.

Disse ele: “Senhor Cavalheiro, estou perdendo minhas pastagens e matas. Rezes estão morrendo. Posso perder tudo. Estamos há mais de 15 horas com uma turma de 40 pessoas, tentando abafar o incêndio e não estamos conseguindo.  Alguém então me disse que apenas o senhor teria capacidade de resolver o problema, por isto estou aqui, a estas horas para pedir sua ajuda!”.  Nosso avô pegou sua mulinha e, acompanhado de nosso pai e mais alguns colonos que moravam perto, seguiu para lá.

O incêndio era dantesco. O pessoal, totalmente esgotado, já ameaçava desistir.  Cavalheiro pediu 10 minutos e subiu com sua mulinha num pequeno morro de onde conseguia uma visão geral. Ali ficou observando e pensando.

Após 10 minutos, desceu e disse para todos:
- Vocês estão fazendo a coisa errada. Vão todos para o local que vou indicar e comecem a fazer aceiros.

A princípio os colonos se recusaram, achando que nosso avô ficara doido, pois o fogo jamais dera sinal de atingir, por enquanto, aquele local. Nosso avô apenas disse:
- Vocês estão sendo driblados o tempo todo pelas labaredas.

Sem também acreditar, mas desesperado, o dono da fazenda mandou que obedecessem as ordens de nosso avô.  Então... como que num passe mágica, em minutos o vento soprou para o outro lado, sendo EXTERMINADO pouco a pouco ao encontrar os aceiros feitos sob a orientação do velho.

Este fato foi por muito tempo comentado por toda Goianá e arredores. Nosso avô ficou famoso como "bombeiro". Qualquer incêndio era chamado.

Não percam, na semana que vem, o ÙLTIMO capítulo.

Pesquisa: Serjão, com a colaboração de Antônio Dárcio e Kiko Missiaggia
Foto:   Päivi, disponível em http://www.deviantart.com/art/On-fire-90745772

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL