sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ORGULHO GAY ???


Tradicional e colorida festa temática rolando na cidade. O elevador para no último andar.  O ascensorista, meu conhecido, dispara a pergunta:
- Por que é que gay tem orgulho de ser gay?

Pigarreio e penso para responder.  Por que será que ele perguntou?  Será por causa da festa ou algum motivo pessoal?  Respondo que, normalmente, as pessoas se orgulham daquilo que são. E saio intrigado.

Sabem aquelas charadas de Alice no País das Maravilhas?  Por que um corvo se parece com uma escrivaninha?  Pois é, a pergunta do ascensorista ficou martelando na minha cabeça, e acabo chegando à conclusão de que orgulho, seja gay, seja hetero, ou seja do futebol brasileiro (esse então nem se fala!) é tudo uma grande bobagem.

E, antes que os politicamente corretos de plantão venham me apedrejar, já vou explicando: penso que, devido à repressão e à discriminação que sempre existiu, as pessoas acabam confundindo dois conceitos bem diferentes, sexo e sexualidade.  Então, vejamos: sexo é aquilo que tenho no meio das pernas e que me caracteriza como homem ou mulher.  Sexualidade é aquilo que eu faço, ou não, com aquilo que tenho no meio das pernas. Simples assim.

Então, a coisa funciona da seguinte maneira.  Nome?  Fulano de Tal.  Sexo? Na dúvida, dê uma olhadinha e responda, ou masculino, ou feminino.  Só tem essas duas!  Quando o assunto é sexo, não existe aquele negócio de “nenhuma das respostas acima”.

Agora, quanto à sexualidade, o buraco é mais embaixo.  Ou em cima, ou de ladinho.  Isso porque as formas de expressar a sexualidade são tantas quantos são os indivíduos; às vezes até mais, porque uns gostam de variar, outros se convertem, ou perdem a chave do armário.

Então, agora falando sério, acho muito complicada essa história de querer fundar um terceiro sexo, ou quarto ou quinto.  Porque isso acaba limitando a própria sexualidade da pessoa.  Vou dar um exemplo, que muita gente aí vai ficar meio arrepiada (nos dois sentidos): uma grande parte dos garotos da minha geração teve iniciação sexual com um gay de São João que, por muitos anos, exerceu sozinho sua opção sexual sem se importar com a sociedade puritana da época. Será que esse fato fez com que esses moços e também esse senhor deixassem de ser homens?  Ora, me poupem!

Crônica: Jorge Marin
Foto     : Danny Fitzpatrick, disponível em https://www.flickr.com/photos/55163751@N03/

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA


Como todo ser mortal que se preza e que, recentemente, acabou de se aposentar, querendo ou não começa aguçar aqueles pensamentos tão próprios de quem ficou 35 anos ralando ininterruptamente no trabalho. E, mesmo que ainda longe de querer, ou mesmo poder parar de vez, de imediato nos vem à mente aquela musiquinha do Zé Rodrix em que dizIA: “EU QUERO UMA CASA NO CAMPO ONDE EU POSSA COMPOR MUITOS ROQUES RURAIS...”

Começamos até a visualizar a possibilidade de estar nos doando em tempo integral ao Blog, curtindo aquilo de que mais gostamos de fazer, ou seja, ficar brincando de escritor, rabiscando aquele monte de bubiças, que, vez ou outra, nos vem à cabeça.

De poder dispor daquele tempinho para estar lendo as notícias do Fogão, sentado numa pracinha qualquer da cidade, preferencialmente à sombra de uma árvore. (Se bem que este ser vegetal está se tornando cada vez mais uma raridade!) ou mesmo de voltar a sair em rolé, de bicicleta lá pelas bandas daquela antiga estradinha de acesso a Roça Grande, sentindo aquele cheirinho de bosta de boi, escutando o silêncio e vendo o por do sol. (Escutar o silêncio foi ótimo!)

Retornar com aquelas peladinhas de futebol dominicais, ao lado de alguns amigos barrigudos, que, possivelmente, não estariam também jogando há quase trinta anos. E, se for novamente ali naquela quadra do Coronel, melhor ainda, pois ficamos praticamente debaixo do sino da igreja, a chamar os fiéis pra missa. (curto muito o dobrar de sinos).

Poder estar assistindo a um bom filme ou a algum programa (se estiver reprisando o Chaves ainda melhor) e tirar uma relaxante sonequinha depois do almoço.

Lembrei até de meu amigo das antigas jornadas, em que saíamos por alguma estrada de terra, carregando debaixo do braço aquele famoso transglobe, que, além de nos levar sempre a algum lugar tranquilo e engraçado, permitia também darmos aquela tostadinha na carcaça.  Isso pra não falar, é claro, de combinar com meu parceiro blogstafoguense e cumpadi Jorge Marin, algumas novas aventuras pelas montanhas e desafios na sinuca.

Ah! Já ia me esquecendo de reprogramar aquelas antigas visitas que fazia, vez ou outra, ao atelier do amigo Adauto Modas pra ficar escutando aquele monte de vinil arranhado. (Lembram dos The Mamas And The Papas?).

Poder tranquilamente tirar um dia somente pra cortar meu cabelo no salão do Zé Bicudo ao som dos boleros, tangos, instrumentais indianos, solos de flautas. Tudinho acompanhado de uma profunda e mística conversa descompromissada.

Pensei na possibilidade de voltar a frequentar com mais sossego o barzinho do amigo Ailton, onde, assiduamente, sentávamos nos finais de semana pra saborear sua inigualável porção de traíra acompanhada daquela meia dúzia de duas cervejas. (Acreditariam que já fiquei de pileque com isso?)

Como gran finale, aquela chegadinha básica na oficina do nosso amigo e tecladista Suveleno, pra lembrar o Pitomba e falar mal de nós mesmos.

Mas, num piscar de olhos, vi que meus devaneios se dissiparem como folhas ao vento. Tudo muda muito rapidamente e o passado não fica inerte a nossa espera. Alguns amigos se foram, lugares já não mais existem. Aí me lembrei daquela outra musica do Gilberto Gil em que diz: “O MELHOR LUGAR DO MUNDO É AQUI E AGORA” e que a grande magia é já estarmos vivendo com toda plenitude o próximo nascer do sol.

Como dizia Rubem Alves: A VIDA NÃO PODE SER ECONOMIZADA PARA AMANHÃ, ACONTECE SEMPRE NO PRESENTE.

Crônica e foto: Serjão Missiaggia

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

CASOS CASA(RÔES) & detalhes misteriosos


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - O nosso amigão e conhecedor da história sanjoanense Nilson Magno Baptista e o Sebastião Luiz Costa deram as dicas iniciais daquele casarão na esquinas da Expedicionário Garcia Lopes com a Capitão Basílio: segundo eles, quem morava ali era o sr. Plínio Protásio e, mais tarde, a família do filho deste, o sr. Bimba.

Ubirajara Gentil Lima, Tânia Caçador (que morou ali perto) e Alessandra Novaes Barbosa confirmaram a localização e alguns se lembraram do sr. Galdino morando ali.

A Dione Paes disse que a casa hoje pertence à D. Jane Fajardo.

Foto: Serjão Missiaggia

CASOS CASAS & mistério ???


ONDE FICA ESSA CASA ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - João Bosco Torres, Patrícia Paula e Diego Silva reconheceram a casa da Rua José de Araújo Pinto, na Avenida, em frente à sede do Tiro de Guerra.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SEM PACIÊNCIA!!!


Gente, tô sem paciência!  Entro no ônibus e, já pela terceira vez nesta semana, entra junto comigo um sujeito com um kit de canetinhas e um cartão.  Usando uma camisa preta, onde se lê “João 8:12”, o cara distribui as canetinhas para cada um dos passageiros do coletivo (exceto para mim que não aceito) e começa um discurso dizendo que foi drogado, presidiário, etc., e pedindo para pagarem dois reais pelas canetas para ajudar a um suposto abrigo para dependentes químicos.  Desço dois pontos antes, só para não ouvir aquelas lorotas.

Será que é a velhice ou as pessoas estão mais chatas?  Faço meu café, pego o pão que acabei de buscar, quentinho, na padaria, passo manteiga (que derrete), coloco o café superquente na xícara e, quando vou saboreá-lo, o telefone toca: é um telemarketing.  Mas não é um telemarketing qualquer: nesse novo tipo de telemarketing, você atende, toca uma musiquinha e, acreditem, colocam você numa fila, até a vendedora tentar te enfiar um produto.  Calmo, espero a música tocar, apenas para xingar aquela pessoa.

Depois de meia hora, volto à padaria para comprar pão quente (pois o outro esfriou enquanto eu ficava na fila do telemarketing).  No caminho, vejo uma mulher com um bebê no colo.  Pode parecer esquisito, mas eu juro que passam por ela dezenas de pessoas e, justamente na minha vez de passar, ela me chama para contar a história da vida dela e pedir uma ajuda, “não é pra mim, sabe, é pro meu filhinho!”. 

Tento atravessar correndo a faixa de pedestres, mas, adivinhem se algum carro para?  Nenhum. 

Quase fui atropelado, mas, pelo menos, não tive que dar esmola. Chego na padaria e, atrás do balcão, três moças estão curtindo um vídeo no Facebook de uma delas. Perguntem se alguma me atende!  Nenhuma.

Resolvo voltar pra casa e comer um pedaço de broa de fubá que um amigo me deu.  Aí me dá uma curiosidade danada de olhar na Bíblia, só para saber o que significa aquele “João 8:12” da camisa do ex-drogado vendedor de canetas.  Aperto o passo e, no portão do meu edifício, um carteiro, ou melhor, uma carteira, espera.  Quando diz o número do apartamento, dou um sorriso e falo: “que sorte, sou eu!”.  E ela me entrega a correspondência... uma notificação de malha fina da Receita Federal.

Pego a broa, faço um café novo. “Não se perturbe o vosso coração”, abri a Bíblia no capítulo errado. Por via das dúvidas, chego à janela e, não vendo ninguém, jogo lá embaixo o meu telefone.  Será que estou com algum tipo de demência?

Crônica: Jorge Marin

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

CANTO NOTURNO


Amo a noite a viola,
Parceiras ao passar das horas,
Esqueço o tempo vou-me agora,
Cantar lá fora ao luar.

Prefiro a noite à madrugada,
Onde curto a alvorada,
Esperando na calçada,
A chegada do amanhecer.

Faço letra melodia,
Enquanto a lua esconde o dia,
O silêncio me trazia,
Poesias para eu cantar.

Me inspiro no universo,
E no céu a cada verso,
Rimas que não cesso,
Me arremesso ao luar.

Das estrelas sou parceiro,
No silêncio que anseio,
Do barulho que odeio,
Derradeiro um luar.

Foi-se a noite enluarada,
Vi no tempo quase nada,
Foi amiga namorada,
Que calada me ouviu cantar.

Poesia: Serjão Missiaggia (1976)
Foto   : Dalmo Filho, disponível em http://www.panoramio.com/photo/2174961

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

CASOS CASA(RÕES) & detalhes misteriosos


ALGUÉM SABE ALGUMA COISA SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - o casarão na esquina da Rua Guarda-Mor Furtado com a Comendador Gregório, ou Beco dos Ranna (como bem descreveu a D. Reneé Cruz), foi reconhecido por muita gente: alguns já moraram, moram, ou frequentaram, ou simplesmente passaram pelo local, vindos do Ginásio Dr. Augusto Glória.

Assim, muitos nos ajudaram a contar a história: Raquel Silva Lima, Luci Beatriz Bartmann, Anete Ribeiro Freitas, Bárbara Lobo, Luiz Carlos Moura, Luís Fernando Silva Lima, Leandro Lobão.

D. Reneé Cruz lembrou que ali morou o sr. Edgard Medina.

O Nilson Magno Baptista fez ainda uma outra revelação sensacional: ali foi a casa da nossa querida D. Cinila, professora de Português no Ginásio do Sôbi, que residiu naquele local com o seu esposo, sr. Aprígio e os filhos. Ainda segundo o Nilson, o imóvel hoje pertence ao Ralph, filho do sr. Afonso de Souza Lima.

Foto  : Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: João Bosco Torres e Nilson Magno Baptista reconheceram a foto da porta lateral da Igreja Matriz.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SOBRE FILAS E GUERRAS


Tudo começa com o sangue: pois bem, fui até o laboratório aqui perto de casa, não porque eu tenha medinho de tirar sangue não. A verdade é que eu MORRO DE MEDO de tirar sangue! Então, a caminhada para ir até o laboratório, mesmo de um quarteirão, já é tensa...

Chegando lá, outro problema: a fila, aquele monte de gente, todo mundo com cara triste. Lógico: tá todo mundo de jejum, e, como dizia meu sábio pai: “rico até tem muitos motivos pra ficar triste, mas pobre geralmente é fome”. Percebo que algumas pessoas também estão tensas, possivelmente outros cagões. E, por falar em cagão, existe um constrangimento maior do que ir no laboratório, pegar a senha e ficar segurando o seu cocô até as moças chamarem? E o pior é que elas ainda mandam desembrulhar o potinho que, na maioria das vezes, é transparente!

Pego minha senha: é a de número 69. Faço uma rápida pesquisa e descubro que estão chamando o 51. Tenho dois pensamentos: o primeiro é que vou “estourar” as 14 horas de jejum e não vai dar tempo; o segundo é que a última coisa que quero é voltar pra casa e passar por todo esse estresse de novo.

Não há mais lugar pra sentar.  Apesar do frio lá fora, aqui dentro está superabafado, e o wifi do shopping não pega. Tento jogar um daqueles joguinhos no meu celular, mas a bateria cai. O tempo passa, já estou suando. Finalmente, desocupa um banco e eu me sento.

Quando chamam o 64, uma senhora, com duas crianças diz que não vai dar mais tempo para fazer o exame e coloca a sua senha (percebo, com alegria, que é a número 68) em cima do balcão e sai. Imediatamente, uma moça que vai chegando com a sua mãe, corre ao balcão e resgata a tal senha e as duas mulheres entreolham-se sorridentes. Fico na minha...

As senhas já estão lá pelos oitenta e tantos, quando, enfim, chamam o 68. Rápido como um raio, me levanto e corro para o guichê (eu estava igual àqueles corredores que ficam esticados no chão esperando o tiro de largada). A tal moça, que pegou a senha da outra, chega junto e a atendente, que não viu nada, me fala: “não, sr. Jorge, ela está na sua frente, pois tem a senha 68”.

Enquanto estou explicando que a senha fora deixada sobre o balcão, a outra menina chama o próximo e eis que a espertinha corre pra lá. Mais do que depressa, alerto a senhora idosa que está com a 70 que é a vez dela. E a espertinha faz uma confissão inesperada: “gente, realmente estou com a senha da outra moça, mas foi ela que me deu quando foi embora”.

Já assinando minha requisição de exame, e sem olhar pra trás, falo para todo mundo ouvir: “É mentira! As duas nem se cruzaram.”

Saio do meu exame aliviado. Ouço na TV que Israel anunciou mais um cessar-fogo sobre uma guerra que não tem fim. Alguém comenta: “não sei porque aquelas pessoas LÁ brigam tanto”. Atrás de mim, sai aquela velhinha, a do número 70, sorri e me agradece.

Crônica: Jorge Marin
Foto    : disponível em http://pt.wahooart.com/@@/8XYA72-Ivan-Vladimirov-Na-fila-para-o-p%C3%A3o.-Primeira-Guerra-Mundial.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

MISTÉRIOS MISTERIOSOS: Ser ou Não Ser?


Aí está mais uma daquelas fotos misteriosas do Pitomba!  Parece que mostra uma coisa, enquanto  entendemos outra. Na realidade, nada de muito sobrenatural, pois, para um grupo QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO, tudo não passava mesmo de detalhes banais.

Mas já que tocamos no assunto, vamos mais uma vez tentar elucidar e entender melhor alguns de seus enigmas. Só não podemos esquecer que já se passaram quase QUARENTA ANOS, tornando assim um pouco mais difícil decifrar os paradoxos dessa imagem um tanto exótica.

Primeiramente, gostaria de saber se o Dalminho estaria com frio, ou se apenas havia se assustado com o fotógrafo. Pelo visto, havia sol e o calor estava brabo, sendo assim a última hipótese seria a mais aceitável. Ah! Esqueci também a possibilidade de uma repentina dorzinha de barriga.

Nely e eu com calças arregaçadas até quase o joelho, por quê? Não estava chovendo e muito menos havia água por perto. Isso pra não falar que estávamos morro abaixo e poças neste local seriam pouco prováveis.

Nosso guitarrista Silvio Heleno tocando violão ao contrário, por quê? Pior que estava armando uma baita pestana num lugar que nem corda havia. Na verdade estaria mais concentrado nos demais do que com a própria música.

Guarda-chuva sem chuva, e o que, afinal de contas, estaríamos fazendo ali, sentados num banco ao lado da Igreja Matriz numa hora daquelas? Digo isso em função da sombra estar indicando que deveria ser mais ou menos meio-dia. Pouco provável que fosse Missa e muito menos casamento, principalmente em função das roupas que estávamos usando. Não faria o menor sentido.
 
Bem, mesmo diante de tantos mistérios, pelo menos este último será fácil de descobrir  ou seja, além de NÃO TERMOS NADA PRA FAZER, estaríamos,  simplesmente, ENCENANDO UMA DAQUELAS NOSSAS FAMOSAS  BUBIÇAS DE FINAL DE SEMANA. 

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

CASOS CASA(RÔES) & detalhes misteriosos


QUEM SABE ALGUM DETALHE SOBRE ESSE CASARÃO ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Nilson Magno Baptista, Reneé Cruz e Celso Theodoro contaram que aquele casarão da semana passada, ao lado da casa do sr. Ary Teixeira Lima, é onde funcionava a Alfaiataria do Pimpa, o inesquecível Joaquim Monteiro Silva. O imóvel hoje pertence ao filho deste, o sr. Manoel.

A revelação nos faz lembrar um espaço que não existe mais em nossa cidade, bem como na maioria das cidades do Brasil: as ALFAIATARIAS. Um dos poucos espaços sem álcool onde os homens se reuniam para fofocar, as alfaiatarias ofereciam roupas totalmente customizadas. Os mestres alfaiates se orgulhavam por conseguir atender aos seus clientes de forma exclusiva e única.

Mais do que um estabelecimento comercial e um ponto de encontro, a alfaiataria é um tipo de arte centenária iniciada na Idade Média. Um dos maiores alfaiates contemporâneos é Giorgio Armani que hoje governa um dos impérios da moda, o Empório Armani, que faz as roupas do jogador Cristiano Ronaldo.

Por tudo isso, os alfaiates eram admirados, respeitados e seguidos. Não havia sanjoanense que se casasse sem se aconselhar com o sr. Pimpa ou com o Hudson Itaborahy. Tempos em que se vestir, assim como viver, era ainda uma arte.

Foto  : Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin


CASOS CASAS & mistério???


QUE LUGAR É ESSE AÍ ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA - Muita gente entendeu que aquela inscrição "A Brasileira" era sobre a loja, quando, na verdade, aquele lugar é um banco que fica ao lado da Policlínica. Só o Sebastião Luiz Costa acertou.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

A IGNORÂNCIA NO ESPELHO


Quando eu era mininim em São João Nepomuceno, minha mãe às vezes me alertava para ter cuidado com as pessoas ignorantes. Eu, durante muitos anos, não entendi bem aquele aviso “cuidado, meu filho, quando for tratar com o fulano de tal, porque ele é uma pessoa muito ignorante!”.

Ignorância, para mim, até há pouco tempo, tinha a ver com falta de cultura, ou falta de conhecimento sobre um determinado assunto. Mas, de repente, me dei conta de que tal definição era um tanto prepotente, pois, se assim fosse, estaríamos autenticando o comportamento dos portugueses que, ao encontrar aquele bando de índios “ignorantes”, cometeram todo o tipo de violência em nome de uma suposta aculturação que seria o mesmo que dizer: vamos tornar esses sujeitos menos ignorantes!

Aí percebi (a gente sempre percebe mais tarde) que a minha mãe é que estava certa quanto à ignorância, pois ignorância não é falta de cultura ou falta de conhecimento, mas a ignorância é, essencialmente, uma percepção errônea da realidade, é ver as coisas, não como realmente são, mas sim da forma pela qual entendemos que elas têm que ser.

Esta percepção veio de um texto budista que, ao identificar os três venenos da mente humana (os outros dois são: o apego e o ódio), personifica a ignorância com a imagem de um porco, na verdade, um javali ou porco do mato que, olhando sempre para baixo, ignora tudo o que há em volta e, à exemplo das pessoas que enxergam apenas o próprio umbigo, acha que tudo se resume à sua estreita percepção da realidade.

O pior é que, além de perceber o que é que a mãe queria dizer quando pedia para ter cuidado com as pessoas ignorantes, saquei que, na maioria das vezes, aquelas pessoas ignorantes muitas vezes somos NÓS MESMOS! E não digo isso numa crise de religiosidade ou num momento de iluminação. Normalmente, parecemos equilibrados, saudáveis e ponderados, mas, basta aparecer um problema pessoal na nossa vida, uma desilusão amorosa, perda de emprego, não aprovação num concurso, que, IMEDIATAMENTE, achamos que o mundo está contra nós, e, esquecendo-nos de tudo e de todos, passamos a pensar, exclusivamente, naquele fato, ou naquela coisa que nos falta.

Pobres, sempre os terei entre vós, dizia Jesus, e acrescentem aí na lista: também dores, acidentes, doenças, mortes e misérias. Mas isto tudo não é nenhum tipo de castigo ou destino. É que nascemos num planeta com força de gravidade (que nos faz cair) e cheio de degraus, pontas, pedras e desníveis. Então, meus amigos, se ficarmos de cabeça baixa, só pensando naquelas coisas chatas que NORMALMENTE acontecem com os seres humanos, a Ignorância vem e... crau, nos devora.

Porco não faz rapel, mas Ser Humano voa. E brilha!  

Crônica: Jorge Marin
Foto     : frame do filme The Wall

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

MINHA PRIMEIRA VEZ - A Pegada (FINAL)

Enfim, era chegado o tão esperado momento, pois, finalmente, estávamos frente a frente. Ao me aproximar dela, meio ressabiado, confesso que pensei em desistir. O coração começou a pulsar mais rápido e as mãos ficarem frias. Quanta emoção!

Após trocarmos um fulminante olhar, procurei ser bastante objetivo e assim não perder o mínimo tempo. Pra começo de conversa, me senti bem seguro, pois, para minha surpresa, percebi instantaneamente ser ela extremamente submissa. Sendo assim, sentindo a situação sob controle, procurei tomar a iniciativa das ações.

E não é que ela foi com minha cara? Eu sentia que, enquanto minhas iniciativas estavam sendo bem aceitas, ela ainda me impulsionava, a todo instante, a seguir em frente (adorei!). Por nenhum momento deixou transparecer que eu pudesse estar cometendo algum tipo de erro. Desta forma, sem perder tempo, continuei mantendo meus movimentos ousados e delicados sobre ela.

Comecei a ficar bem à vontade, pois, a cada toque, ela me correspondia com sinais e ruídos excitantes de aprovação. Enquanto interagíamos, comecei até a vislumbrar aquele final tão esperado. A cada toque, mais prazer eu sentia até que, para minha surpresa, simplesmente, pediu-me que nela inserisse aquilo que eu tanto desejava. Mesmo um tanto tímido pelo tamanho do que eu tinha a oferecer, não hesitei e mandei bala. E que momento!!!!!!!

Procurei introduzir lentamente, mas ela, para minha surpresa, puxou tudo de uma só vez. E que prazer! Pena que a rapidez do momento desfaria, em questão de segundos, aquele ato tão sonhado. E a danadinha, para minha surpresa, ainda questionou se eu gostaria de fazer outra vez. Negativo e inoperante, fiz-me entender!

Desta forma, após mostrar que minha tarefa havia sido cumprida com êxito, ainda antes que  lhe desse as costas, ficamos a trocar um último olhar apaixonado. Minha vontade era de agradecer, mas... sei que ela jamais me escutaria.

Fiquei tão entusiasmado que, antes mesmo de sair, já estava a pensar no outro dia. Um outro encontro, quem sabe? Acho improvável amanhã, pois ainda não terei bala na agulha para novamente introduzir como fiz há pouco. Mas, certamente, poderei pegar alguma coisa: talvez o saldo ou mesmo sacar um pouco daquela grana que coloquei no envelope e, pela primeira vez na minha vida, nela introduzi.

Pra ser sincero, ainda não sei aonde poderá nos levar esta revolução tecnológica desenfreada com suas máquinas maravilhosas, mas... Que o trem é bom, isto é!

A primeira vez em uma Máquina Eletrônica de uma agencia bancária, a gente nunca esquece!

Crônica: Serjão Missiaggia (março/2001).
Foto     : disponível em http://aminhaprimeiravez.com.br/
Gente! Mas, dias desses, ao dirigir-me ao banco para fazer um saque, surgiu na tela a seguinte mensagem: “Sem cédulas. Por favor, utilize outro terminal. Operação indisponível no momento.” Achei isso interessante, pois encontrar uma Máquina Eletrônica “durinha da silva” foi também minha primeira vez.   

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CASOS CASA(RÕES) & detalhes misteriosos


QUEM CONHECE ALGUMA HISTÓRIA SOBRE ESSE CASARÃO AZUL ???

CASARÃO DA SEMANA PASSADA - Maria Angélica Delage Novaes Pinton, Beto Rodrigues e o Celso THEodoro informam que aquele casarão, localizado na Rua do Sarmento, é onde foi o bar do sr. Floriano Lobão, depois do Florianinho, e hoje é sede de um cursinho pré-vestibular.

Quando criamos esta seção aqui no Blog, o nosso objetivo foi mostrar as construções antigas de São João Nepomuceno, conhecer um pouco de suas histórias e tentar saber um pouco sobre o seu futuro. O resultado, no entanto, é às vezes um pouco triste.

Símbolo de uma época em que as famílias viviam uma vida inteira em suas casas que, depois da morte dos patriarcas, eram transmitidas aos filhos, os antigos casarões apresentam um grave problema: a sua manutenção é muito cara nos dias atuais. Além disso, a mão de obra para cuidar de um imóvel desse tipo também é elevada e difícil de encontrar. Outra coisa: os herdeiros, na maioria das vezes, preferem vender o imóvel e dividir o dinheiro do que arcar com uma responsabilidade e um investimento de tal natureza.

O poder público, no Brasil, entende que tudo é uma questão de tombamento, como se o ato de obstar a venda de um imóvel resolvesse todos os seus problemas de: manutenção, depreciação e empobrecimento dos seus moradores.

Gostaríamos que os leitores, muitos deles habitantes desse tipo de construção, pudessem relatar, além das histórias dos imóveis que apresentamos, as suas próprias. Pode ser um ponto de partida para uma política séria e honesta sobre a revitalização da arquitetura histórica de nossa cidade.

Foto  : Serjão Missiaggia
Texto: Jorge Marin

CASOS CASAS & mistério ???


QUE LUGAR É ESSE ???

ACERTADORES DA SEMANA PASSADA: Diego Silva, Maninho Sanábio, Icko Velasco e João Alberto Bovoy reconheceram a estrada que sobe para a torre de TV no final da Rua Nova.

Foto: Serjão Missiaggia.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A ESCOLHA NOS TEMPOS DO ONÇA


Recebo do meu filho Tássio um vídeo do psicólogo americano Barry Schwartz e, de repente, percebo por quê nós, aposentados do século XXI, temos sofrido bastante nos tempos modernos, alguns chegando a pensar que, no “meu” tempo, tudo era mais divertido.

Vamos lembrar um pouco do “meu” tempo, que é aquela fase da vida em que a pessoa está mais ou menos na adolescência: quando precisávamos de leite, por exemplo, minha mãe me mandava na “congeladora” onde eu levava uma leiteirinha de alumínio e a Cândida jogava uma ou duas daquelas medidas de leite com direito a, de vez em quando, um tablete da manteiga Tupynambás embrulhada em papel amarelo, que dava pra encapar cadernos.

No “meu” tempo, quando queríamos comprar uma calça jeans, era só ir na Casa Leite, ou na Brasileira, e pedir uma calça Far-West, dar o tamanho e ralar para aquela lixa amaciar e ficar confortável, o que geralmente acontecia uns quatro a cinco meses depois.

Hoje (e este é o tema do livro do psicólogo que eu citei no início) aquelas duas comprinhas, que, na época, levavam uns cinco minutos cada uma, demandam horas e horas, na escolha da loja, na escolha do produto, na escolha da forma de pagamento e, voltando pra casa, na escolha do meio de transporte.

Vejam bem: se hoje saio pra comprar leite, primeiramente tenho que escolher entre as marcas (só no supermercado que frequento são mais de vinte!). Escolhida a marca (eu escolho, normalmente, a mais barata) tenho que escolher o tipo de leite: integral, semidesnatado, desnatado, baixa lactose, sem lactose, biofortificado, de cabra, de soja, de arroz ou de quinoa, entre outros.

Se o assunto é jeans, então é que a coisa pega mesmo! Das marcas eu não vou nem falar pois são umas trocentas mil, mas, quando chego para o caixeiro (era assim que chamávamos os atendentes de loja do “meu” tempo) e peço uma calça jeans, ele logo pergunta: mas como é que senhor quer? Straight cut? Boot Cut? Wide leg? Slim fit? Cintura descida? E o pior é que o único que eu entendi destes aí foi o “cintura descida”, mas, temendo mostrar o cofrinho, viro-me para o caixeiro e digo: I don’t know – e saio correndo.

Se é verdade que, antes, ficávamos muito limitados entre duas ou, na maioria das vezes, uma única opção, hoje padecemos pelo excesso de oferta, o que faz com que fiquemos perdidinhos da silva e, o que é pior, mesmo se comprarmos uma coisa legal, sempre ficamos com aquela sensação de que poderíamos ter escolhido algo melhor.

Por isso, toda vez que vou comprar um jeans, sempre chego na loja com a firme convicção de que levarei pra casa aquela velha calça Far-West da Alpargatas, a Lixa! Aí, fica mais fácil, pois tudo o que vier diferente é lucro.

Crônica: Jorge Marin

Foto     : disponível em http://clovisdealmeida.blogspot.com.br/2012/04/eu-usava-conga-e-calca-farwestum-predio.html

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL