quarta-feira, 27 de maio de 2015

E O TEMPO FOI LEVANDO


Eu estava com uma postagem prontinha pra esta quarta, mas, ao receber esta relíquia de foto de minha cunhada Cléa, não tive como deixar de comentar. Imagino que, pelo ângulo, essa foto teria sido tirada de uma das janelas do Hotel Central.

Mas, o que teria chamado de imediato minha atenção foi esse belo e amplo espaço urbano para pedestres. Um local superaplausível, que, num passado não muito distante, existiu bem ali no coração de nossa terrinha. Por sinal, espaço que foi sendo aos poucos ocupado, em função dos automotores.

O cuidado com o verde foi outro detalhe que não poderia passar despercebido, além, é claro, da qualidade e beleza do piso e dos famosos assentos com encostos, que, além de aconchegarem ainda mais aquelas agradáveis prosas de final de semana (tão típicas do interior), serviam também para os que desejavam se aquecer nos primeiros raios de sol das frias manhãs de inverno da Garbosa.

Enfim, resta-nos apenas o lamento de termos perdido tão significativa e necessária área de convivência. Espaços como esse, por sua importância social, são facilmente encontrados e preservados nas mais diversas cidades do planeta.

“As rodas vieram depois dos pés e, mesmo assim, damos mais importância para as primeiras. Todos os planejamentos urbanos são pensados para os veículos. No entanto, somos pedestres em qualquer deslocamento que fazemos” (Philip Gold).

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo Cléa Pessoa

6 comentários:

  1. As praças são a sala de estar da sociedade coletiva!
    Parece que damos cada vez menos importância ao bem estar no local onde estamos...

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    1. Disse tudo, Sylvio! E depois as pessoas reclamam (sim, somos uma sociedade de reclamões!) que, quando vão à rua, voltam sempre estressadas. Mas como não se estressar num calor abrasador, como é o de São João, sem uma sombrinha sequer para se refrescar, sem um banco para encostar e sem um único segundo de silêncio???

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  2. E agora eu olhando aquele casarão , EX-CASARÃO , onde eu vivi desde meus 6, 7 anos até meus 14 , 15 anos não me recordo . Era tanta DESPREOCUPAÇÃO que nunca me preocupei em saber exatamente quando fui morar lá e quando saí de lá. Só sei dizer que foi uma época encantada . Uma época em que nós curtíamos cada segundo da vida. TUDO, TUDO que fazia parte da vida nos era útil. TUDO tinha sentido. O AR, as árvores, o clima, os pássaros. Naquela época OBSERVÁVAMOS TUDO. Tínhamos TEMPO e parece que também tínhamos GOSTO em fazer isso. Não dá para descrever AQUELES TEMPOS em APENAS UM CADERNO DE 500 FOLHAS DE PAPEL. rsrsrsr é mmmuuuiito tempo para poucas folhas não é meus amigos Jorge Marin, Serjão e toda a turma do FOGUETE DOS ANOS 50 . Abraço a todos . PODEM TER CERTEZA : FOMOS A TURMA MAIS PRIVILEGIADA " ENTRE TODAS AS TURMAS " QUE PASSARAM E QUE PASSARÃO POR ESSA FACE DA TERRA . MAZOLA. .

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    1. Obrigado, Mazola! Quando a gente é feliz, verdadeiramente feliz, não nos PREocupamos com a vida; apenas ocupamo-nos em vivê-la. Concordo que fomos abençoados por Deus ao nascer exatamente no meio de uma transição, de uma sociedade onde NADA podia para outra onde TUDO pode. Por estarmos no meio, somos talvez a geração mais desequilibradamente equilibrada, mas também a mais equilibradamente desequilibrada. Valeu!

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  3. Não sei se estamos falando da mesma praça. Acho que sim.
    É aquela do antigo coreto? Aquela que ficava rente à linha do trem, repleta de grandes árvores e bancos?
    Acho que sim.
    Para mim, sem qualquer laivo de saudosismo, a sua extinção foi um dos maiores crimes estéticos e ecológicos contra nossa cidade. Era o nosso cartão postal e ficava sempre na memória dos visitantes. Já encontrei muita gente que foi apenas uma vez à Garbosa ou por lá passou de viagem. Sempre me dizem: "lembro-me de sua cidade; é aquela com uma bela praça à beira dos trilhos".
    Com essa neurose de progresso, nossos prefeitos vêm cometendo bárbaros crimes estéticos, como, por exemplo, o calçadão, a fachada ridícula da Prefeitura, a destruição de praças etc.
    São João, parodiando o grande poeta, é, agora, apenas um quadro na parede.
    Talvez esteja aí um dos motivos de minhas longas ausências, apesar da saudade.

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  4. Minha irmã Cléa realmente as saudades são muitas.....Saudades da janela casa da Vó Alzira...saudades de ficar sentada na praça vendo o trem passar...saudades do coreto que tinha umas flores no gradil decorando...saudades de levar a massa de bolo para ser assado na Padaria do Cruz...saudades de ver os meninos engraxando sapatos com muita habilidade....saudades quando as árvores faziam parte do cenário e muito mais. (DORINHA)

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