quarta-feira, 24 de maio de 2017

BARULHO NA VARANDA


Dia desses, ao entrar nos correios, me lembrei de uma coisa que marcou pra caramba minha infância. Acredito até que não somente a minha, mas de um monte de outras pessoas.

Eram as famosas correspondências que enviávamos aos diversos CONSULADOS E EMBAIXADAS em busca de informações e imagens de seus respectivos países. Por sinal, todas as cartas eram idênticas e, quase sempre, escritas de próprio punho, onde trocávamos apenas o nome do país no envelope. Quase sempre chegávamos aos correios carregando uma centena delas, e por lá permanecíamos pacientemente, por um bom tempo, até que acabássemos de selar uma a uma.

Interessante o prazer e a ansiedade que sentíamos em ficar aguardando por uma resposta, que, geralmente, aconteceria no prazo de duas ou três semanas. Mas valia a pena, pois sempre vinham acompanhados de lindas fotografias, selos, revistas etc. Era muito raro uma embaixada não responder, mas acontecia.

Como esquecer o barulho daqueles imensos envelopes que eram jogados pelos carteiros em nossa casa? Às vezes acontecia de chegar material de dois ou três países ao mesmo tempo, e isso era facilmente percebido devido àquele  barulhão ao caírem na varanda. Uma MAGIA que, infelizmente, se perdeu no tempo, principalmente em circunstância de uma evolução tecnológica sem precedentes.

Semana passada, sentado confortavelmente frente ao meu computador, pude com apenas alguns toques no teclado, caminhar tranquilamente, através do Google Maps, pelas ruas de Pozzoleone, cidade natal de meus avós na Itália. Quanta facilidade e emoção, mas confesso ainda sentir saudade daquela ESPERA e do barulho dos ENVELOPES na varanda.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : Disponível em https://br.pinterest.com/pin/417638565422914398/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

BRIGADU, GENTE!

BRIGADU, GENTE!
VOLTEM SEMPRE, ESTAMOS ESPERANDO... NO MURINHO DO ADIL