quarta-feira, 11 de outubro de 2017

UMA VIAGEM INESQUECÍVEL


Parece que foi ontem mesmo, mas, nesta quinta-feira dia 12, estarão completando 55 anos de uma visita inesquecível que fiz, juntamente com meus saudosos pais e Tia Maria, à Basílica de Aparecida do Norte. O ano era 1962 e eu, ainda com meus seis anos, mal havia dormido durante a noite, ante o fascínio daquela que seria minha primeira viagem interestadual.   
                                           
Acordamos de madrugada e, antes mesmo do dia clarear, começamos a nos aprontar. O ônibus fretado para a viagem foi o mais novo modelo adquirido pelo Expresso Picorone que acabara de chegar.  Naquela jornada, tivemos o privilégio de ter como motorista nosso também saudoso e alegre Anjinho Picorone. Por sinal, em função da sua famosa comunicabilidade, a viagem teria se transformado em momentos únicos e divertidos. 

Recordo bem que, na época, tudo era bem mais complicado, e essas romarias se transformassem em verdadeiras aventuras. Alguns trechos de estrada, muito dos quais ainda sem asfalto, colaboravam para que as viagens se tornassem bem mais longas, fazendo com que passássemos quase um dia inteiro dentro do ônibus. Até que chegássemos ao destino final, tornávamos uma única família.   

Ora poeira, ora barro, além de muitos buracos, tudo fazia com que a viagem se tornasse bem mais cansativa...

Recordo que uma breve parada em Volta Redonda teria sido necessária para alguns reparos no ônibus. Capô levantado, enquanto nosso divertido motorista, que também, era proprietário da empresa, agora de mangas arregaçadas e com extrema habilidade, ia rapidamente dando um jeito no motor.

Seguimos viagem, e pasmem, ainda não havia acontecido um único minuto de silêncio dentro do ônibus e muito menos pausa pra cantoria. Rege a lenda que fui em pé de São João a Aparecida do Norte apenas pra ficar observando o motorista.

A chegada foi algo inesquecível, e ainda tenho guardado na memória aquele imenso estacionamento e suas centenas de ônibus em cores diversas posicionados lado a lado como se brinquedos fossem.

A grandiosidade da Basílica, mesmo que ainda em construção, os fogos do meio-dia e a fé inabalável daquela multidão à nossa mãe Maria também se tornariam inesquecíveis, como um eterno filme na memória de uma criança.

Crônica: Serjão Missiaggia
Foto     : acervo do autor

2 comentários:

  1. Que legal tio Sérgio....chego até me emocionar..tempo q queria ter vivido TB...

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    1. Obrigado, Ane, certamente vc deve ter vivido experiências parecidas, que, quando chegar nos sessentinhas, vai se lembrar com a mesma emoção.

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